Tuesday, May 8, 2007

COMURBA---PRIMEIRO GRANDE ACIDENTE DA ENGENHARIA BRASILEIRA

Hoje fazem 41 anos do primeiro grande acidente da engenharia brasileira, o colapso do Edificio Luiz de Queiroz, o Comurba, na cidade de Piracicaba - SP

Comurba
Queda de prédio mudou paisagem urbana da cidade
Arquiteto e urbanista João Chaddad afirma que desenvolvimento vertical ficou parado 10 anos


A queda do Edifício Luiz de Queiroz, o Comurba (Companhia Melhoramentos Urbanos), há 41 anos, paralisou o desenvolvimento vertical de Piracicaba por pelo menos dez anos. O prédio, considerado mais arrojado do interior do Estado de São Paulo, na época, terminou por sepultar em seus escombros outros projetos e modificar para sempre a paisagem urbana da cidade.
Segundo o arquiteto e urbanista João Chaddad, 70, quando o edifício ruiu havia muitas plantas que acabaram não saindo do papel. Â"Tinha cinco projetos contratados, mas os proprietários desistiram por causa da tragédiaÂ", relembrou Chaddad, na época com 29 anos e um ano de formado arquiteto na Faculdade Mackenzie.
Ele observou que havia três prédios projetados por ele em andamento, na área central de Piracicaba –– Edifícios Tapajós, o Gaiola de Ouro (localizado na confluência das ruas Santo Antônio e Voluntários de Piracicaba), Bandeirantes (rua São José entre praça José Bonifácio e rua Alferes José Caetano) e Rio Negro (esquina das ruas Alferes José Caetano e XV de Novembro).
O presidente da Aeap (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Piracicaba), Nilson Ferraz de Arruda, afirmou que a retomada da construção de prédios verticais em Piracicaba ocorreu no final da década de 70.
Ele observa que a demolição da carcaça do Comurba em 1971 ajudou a população a amenizar a imagem da tragédia.

A TRAGÉDIA –– Naquele início de tarde –– eram 13h35 quando o prédio veio abaixo ––, a área central de Piracicaba foi envolta em nuvem de poeira. O edifício projetado pelo arquiteto Fábio Penteado ruía. Toda a imponente estrutura do Comburba desmoronou e atingiu quem trabalhava no local, as pessoas que passeavam pela área central, família inteira, como a que morava ao lado do prédio.
O Comurba era um prédio de 15 andares, 40 metros de altura e 54 apartamentos construídos. O edifício era o maior do interior em área construída, com 22 mil metros quadrados. No lugar do prédio que caiu até hoje não se construiu edifício e o espaço vazio é ocupado pela concha acústica –– área com elevação para eventos públicos –– e a agência de um banco, na confluência com a rua Prudente de Morais.
Entre os mortos estavam o gerente do cinema Victório Moretti e a funcionária da bomboniére, Clarice Carrel. Na época, ela foi retirada com vida dos escombros, porém, devido à gravidade dos ferimentos morreu.
O Comurba era um edifício que mesclava salas comerciais e apartamentos residenciais em outra. O Cine Plaza era moderno, naquele horário a sala estava vazia. Em cartaz, estava o filme Â"Vida Íntima de Christine KellyÂ".
O pesadelo dos escombros somente se encerraria no dia 8 de novembro de 1971, sete anos após a catástrofe que abalou Piracicaba. Exatamente às 16h20, vinha ao chão o último bloco de cimento que ainda permanecia intacto.

Fonte: Jornal de Piracicaba, 06/11/2005>

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