| O GLOBO - Fevereiro 2006
 6 de fevereiro de 2006 Versão on line
 
 PLANTÃO
 
 05/02/2006 - 12h22m
 Rua Augusta recupera o charme
 
 Maria Fernanda Blaser - Diário de S.Paulo
 
 SÃO PAULO - Natal de 1973, Rua Augusta. Há exatos 33 anos você imaginaria as calçadas da rua acarpetadas? Pois esta foi a estratégia de marketing usada pelos lojistas locais para agradar a clientela do então centro comercial mais charmoso da capital. Na época, a região não era só um pólo de compras, mas também de paquera. Anos depois, com a construção dos shoppings, os consumidores aos poucos foram sumindo e as butiques de grifes deixaram a Augusta. A decadência do comércio persistiu por mais de 10 anos e foi intensificada pelo aparecimento das lojas de marcas internacionais na vizinha Oscar Freire. Mas hoje, o comércio da Augusta comemora uma nova realidade: as mais de 100 mil pessoas que transitam pela rua voltaram a consumir, seduzidas pelo comércio variado e preços que cabem no bolso.
 
 Na Augusta é possÃvel achar de tudo um pouco: roupas, sapatos, perfumes, itens de cama, mesa e banho, perucas, óculos. E cada quarteirão reserva uma surpresa. Na Bazzar Store, por exemplo, é possÃvel comprar blusas por R$ 25 e cintos por R$ 19,90.
 
 - Abrimos as portas há um ano e o resultado foi surpreendente - diz a gerente Marili Franco, que atende principalmente trabalhadores da região.
 
 Para quem gosta de roupas descoladas e cheias de estilo, a opção é a Galeria Ouro Fino, quase na esquina da Estados Unidos. Aos sábados, passam pelas 110 lojas da galeria 1,2 mil consumidores. Fundada em 1962, a Ouro Fino concentra lojas de roupas, acessórios, tatuagens e lingeries. A Laundry, por exemplo, tem decoração no estilo anos 60. "Nossa idéia é misturar rock'n roll e moda", conta a vendedora Camila Vassini. As camisas custam, em média, R$ 38. Já as blusas com design anos 60 saem por, em média, R$ 59.
 
 Lais David, dona de uma loja que leva seu nome, comemora um faturamento duas vezes maior em 2005.
 
 - Estou aqui há 12 anos. Quando comecei, o comércio era decadente. Agora, os ventos mudaram.
 
 Enquanto nos shoppings os vestidos chegam a custar mais de R$ 300, na Lais David, um vestido sai por R$ 120. E há blusas de grife famosas por R$ 60.
 
 - A Augusta virou uma alternativa para a Oscar Freire. Grande parte das pessoas que circulam naquela região não tem poder aquisitivo para consumir roupas de grifes. Na Augusta, há boas opções de roupas de qualidade e com preços bem mais acessÃveis - afirma o vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Mateus Ordine.
 
 Ele lembra que a Augusta passou também a contar com vários estacionamentos. "Isso facilita muito a vida da consumidor, que não precisa mais ir ao shopping para comprar". Ordine destaca, no entanto, que a recuperação do comércio na Augusta restringe-se à região entre a Avenida Paulista e a Rua Estados Unidos. "No trecho da rua que vai da Paulista em direção ao Centro, o comércio é incipiente e as casas de prostituição predominam".>
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